domingo, 25 de agosto de 2013

Máscaras





Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade,
 fingindo ser o que não sou, fingindo não ser o que sou,
 faço-o para atrair o outro e logo descubro que só atraio a outros mascarados
distanciando-se dos outros devido a um estorvo: a máscara. 
Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades
e logo descubro que, ao não verem minha humanidade,
os outros não podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.
Faço-o para preservar minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo, e, sim, da máscara.
Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro que aquilo que mais ofende às pessoas, das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.
Faço-o convencido de que é o melhor que posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo: o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas.


Gilbert Brenson Lazan

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