terça-feira, 14 de junho de 2011

porque não lembrar hoje Fernando Pessoa


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.




Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude. 

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo. 

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre, 

Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma? 

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
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Ou melhor podemos descreve-lo assim

Não tenho ambições nem desejos.
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sózinho.


Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar...

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Fernando Pessoa


sábado, 11 de junho de 2011

Descubra o amor



Pegue um sorriso
e doe-o a quem jamais o teve...
Pegue um raio de sol
e faça-o voar lá onde reina a noite...
Pegue uma lágrima
e ponha no rosto de quem jamais chorou...
Pegue a coragem
e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar...
Descubra a vida
e narre-a a quem não sabe entendê-la...
Pegue a esperança
e viva na sua luz...
Pegue a bondade
e doe-a a quem não sabe doar...
Descubra o amor
e faça-o conhecer o mundo...

Mahatma Gandhi

Cartas de amor



Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Quem me dera o tempo, em que eu escrevia
sem dar por isso, cartas de amor, ridículas
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são ridículas.....

Fernando Pessoa

SETE FENÔMENOS POUCO CONHECIDOS

Até hoje ninguém conseguiu explicar por que, misteriosamente, pedras de centenas de quilos se deslocam do seu ponto de origem pelo deserto de Death Valley. Alguns pesquisadores atribuem tal fenômeno aos fortes ventos e superfície gelada, mas esta teoria não explica, no entanto, por que as pedras se movem lado a lado, em ritmo e direções diferentes. Além disso, cálculos físicos não apoiam plenamente esta teoria.

Este fenômeno ocorre com o esfriamento de um fluxo de lava espessa, formando uma malha geométrica com notável regularidade. Um dos famosos exemplos é o Giantes Causeway, na costa da Irlanda (fotos), embora a maior e mais conhecida seja Devil?s Tower no Wyoming.



Buracos azuis.
Os buracos azuis são gigantes elevações subaquáticas, que têm este nome devido à tonalidade de azul que apresentam quando vistos do alto. Normalmente possuem centenas de metros de profundidade e têm um ambiente desfavorável para a vida marinha, já que não há grande circulação de água. Curiosamente, nalguns buracos, foram encontrados restos fósseis preservados nas suas profundezas.


Maré vermelha.
As Marés Vermelhas são formadas pelo súbito aumento do fluxo de algas de cor única, que podem converter uma parte da água numa cor vermelha sangue. Embora fenômenos desta natureza sejam relativamente inofensivos, alguns podem ser mortais, causando a morte de peixes, aves e mamíferos marinhos. Em alguns casos, até mesmo os seres humanos podem ser afetados.


Círculos de gelo.
Enquanto muitos acreditem que estes círculos perfeitos sejam obra de alguma teoria da conspiração, os cientistas geralmente aceitam que eles são formados por turbilhões de água que giram num considerável pedaço de gelo, num movimento circular. Como resultado desta rotação, outros pedaços de gelo e objectos gerados pelo desgaste uniforme nas bordas do gelo, vão lentamente formando um círculo.


Nuvens Mammatus.
Aparentemente assustadoras, as nuvens Mammatus também são mensageiras de tempestades e outros eventos meteorológicos extremos. Normalmente compostas de gelo, elas podem se estender por centenas de quilômetros em vários sentidos e formações, permanecendo visíveis e estáticas entre 10 minutos e 1 hora. Normalmente aparecem antes e/ou depois de uma grande mudança meteorológica...



Arco-Íris de fogo.
Este raro fenômeno só ocorre quando há a participação do sol e das nuvens. Cristais dentro das nuvens refratam a luz em várias ondas do espectro, fazendo surgir cores entre as nuvens. Devido a raridade com que este evento acontece, existem poucas fotos.


Lágrimas Ocultas





Se me ponho a cismar em outras eras
Em que rí e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi outras esferas, 
Parece-me que foi numa outra vida...


E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas 
E cai num abandono de esquecida!


E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago 


O meu rosto de monja de marfim...


E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!

Ninguém as vê cair dentro de mim!


Florbela Espanca

Desesperança






Esta manhã tem a tristeza de um crepúsculo.
Como dói um pesar em cada pensamento!
Ah, que penosa lassidão em cada músculo. . .
O silêncio é tão largo, é tão longo, é tão lento
Que dá medo... O ar, parado, incomoda, angustia...
Dir-se-ia que anda no ar um mau pressentimento.
Assim deverá ser a natureza um dia,
Quando a vida acabar e, astro apagado,
Rodar sobre si mesma estéril e vazia.
O demônio sutil das nevroses enterra
A sua agulha de aço em meu crânio doído.
Ouço a morte chamar-me e esse apelo me aterra...
Minha respiração se faz como um gemido.
Já não entendo a vida, e se mais a aprofundo,
Mais a descompreendo e não lhe acho sentido.
Por onde alongue o meu olhar de moribundo,
Tudo a meus olhos toma um doloroso aspeto:
E erro assim repelido e estrangeiro no mundo.
Vejo nele a feição fria de um desafeto.
Temo a monotonia e apreendo a mudança.
Sinto que a minha vida é sem fim, sem objeto...
- Ah, como dói viver quando falta a esperança!

Manuel Bandeira

Desencanto




Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . . 
Fecha o meu livro, se por agora 
Não tens motivo nenhum de pranto.


Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente, 
Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre, 


Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.


Manuel Bandeira