quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Soneto 17



Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno 
O vento espalha as folhas pelo chão 
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás; 
Nem chegarás da morte ao triste inverno: 
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

William Shakespeare

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