sábado, 8 de janeiro de 2011

O Sol está dentro de cada um!



''O sol está dentro de cada um. Sorrir e acreditar em sí
é o caminho para alcançar a luz e o brilho que irradia da própria existência
e acalenta a crença em nós mesmos. Acreditemos no próprio sol,
ele mora no “eu” e ilumina o tudo e o todo.
A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano."

Victor Hugo

Memória


A memória é uma evocação do passado, é a capacidade humana para reter e guardar o tempo que não se pode voltar, e ficam somente as lembranças. A lembrança conserva tudo aquilo que se foi e não poderá retornar. Memória e lembrança, guarda todo nosso conhecimento vivido, tudo que marcou profundamente nossas vidas. É algo magnífico, algo que ninguém poderá tirar. É a conservação mais viva da história.

Há Momentos que jamais queremos lembrar, outros que jamais queremos esquecer. Contudo, nem todas as lembranças são guardadas. Não são como papéis, que podemos passar a limpo, refazer, ou simplesmente rasgar. Serão sempre remotas, serão sempre antigas. Há lembranças alegres e tristes, há saudades, há arrependimento, há remorso.

Das lembranças mais tristes fazemos nossos medos, dos medos nossos conflitos, tudo seqüência. Pois a vida é uma seqüência, uma memória propriamente dita, uma lembrança do outro lado, passado para esta vida, mesmo que esquecida.

Queila Tavares ( 05/02/2010)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Simplesmente saudades


Sentir saudade, não é apenas ausência de outro, é uma necessidade persistente de querer ver, ou apenas ouvir a voz ou estar com quem nos faz sentir saudades.
Saudades de um tempo que não pode voltar, saudades da infância, saudades das pessoas que passaram pela minha vida, dos amigos que estão distantes.
Sentir saudades é querer voltar no tempo, ou apenas parar naquele exato momento, pararia tudo. É lembrar daquele sorriso, dos abraços, é fixar seu perfume ao meu, é dizer seu nome. É estar nos mesmos lugares, mesmo que não esteja mais aqui.
Para cada pessoa a palavra saudades, traz um sentido diferente, mas querendo ou não iremos senti-la, pois trata-se de algo involuntário onde quem decide tem um papel totalmente diferente de nossa razão.
Sentir saudades, é querer correr para chegar a casa  e poder abraçar quem nos espera, depois passa toda aquela euforia, e vem uma sensação de pura satisfação.
Simplesmente saudades.
Queila Tavares

Todos os dias


Todos os dias quando o vejo, só me faz mais acreditar na doce loucura de viver, no contraste da vida, no encontro e desencontro, e esta doce loucura de viver, do engano e desengano, amor e desamor.  No perfeito inexistente, do querer inconstante de estar ao teu lado. Palavras que são como bálsamo para minha alma , como vício, correndo em minha veia na necessidade de escrevê-lo.
No imperfeito inconstante, na doce loucura, na ansiedade de um vício, satisfazê-lo, com essa doce loucura ei de viver, esse vício constante, na necessidade de escrever. E que cada dia tenha um sentido, um verso transcrevido. Um sonho  rememorado, um amor envelhecido.
E que todos os dias possa nascer a esperança propriamente dita, e quando o sol nascer seja a força para aquecer o dia. E que o doce não seja enjoativo, mas que seja um contraste, áspero e emotivo, solidão e multidão.
 Terminando mais um dia silencioso e escorrendo entre as linhas, preenchendo cada espaço, terminando uma página, terminando mais uma vida.
Queila Tavares ( 14/02/2010)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Anorexia


Isabelle Caro tinha apenas 28 anos e 31 quilos. A ex-modelo e atriz francesa morreu a 17 de novembro de 2010, no Japão, onde se encontrava internada devido a uma pneumonia, mas a sua morte só foi confirmada a 21 de dezembro. No entanto, as causas da morte ainda não são conhecidas.


Anorexia nervosa é um distúrbio alimentar resultado da preocupação exagerada com o peso corporal, que pode provocar problemas psiquiátricos graves. A pessoa se olha no espelho e, embora extremamente magra, se vê obesa. Com medo de engordar, exagera na atividade física, jejua, jejua, vomita, toma laxantes e diuréticos.  É um transtorno que se manifesta principalmente em mulheres jovens, embora sua incidência esteja aumentando também em homens. Às vezes, os pacientes anoréticos chegam rapidamente à caquexia, um grau extremo da desnutrição e o índice de mortalidade chega a atingir 15% a 20% dos casos.
fonte: Saúda Uol e  Lux.pt

Criar perfis falsos em redes sociais agora é crime na California



Entrou em vigor em 1º de janeiro na Califórnia, nos Estados Unidos, uma lei que pune internautas que criam perfis falsos na internet. A nova norma prevê multa de até US$ 1 mil ou um ano de prisão.
A Assembleia Legislativa da Califórnia aprovou por unanimidade o projeto, que foi assinado pelo governador Arnold Schwarzenegger.
O usuário será punido se criar a conta falsa para intimidar, ameaçar ou defraudar alguém – não necessariamente a pessoa que está sendo representada. A lei também pune internautas que postarem comentários ou enviarem e-mails se passando por outra pessoa.
Conforme o site do senador Joe Simitian, autor do projeto, a liberdade de expressão continuará protegida e a lei não afetará a paródia, a sátira e o discurso político, apenas quem se passar por outra pessoa na web. Simitian começa o texto dizendo que “representar alguém na internet maliciosamente não é apenas uma brincadeira cruel. Agora, isso é crime”.
Ainda de acordo com Simitian, "imitadores" on-line têm enviado mensagens pelo Twitter fingindo ser celebridades, alegado ser outra pessoa para enviar e-mails obscenos e até assumido a identidade de terceiros para fazer convites em sites adultos.

fonte: O Globo

Praça da Saudade - Manaus/Am

Tenreiro Aranha- fundador da província do Amazonas





Praça da Saudade depois da longa reforma.

fotos: Elcana Tavares / Kelly Alves

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Procuro-te


Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.

Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"

Urgentemente



É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

Até Amanhã


Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

O Amor


Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.

A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.

A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.

Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável

A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma

Assim é o amor: mortal e navegável.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

O Silêncio



Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa”

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Em busca da beleza


Soam vãos, dolorido epicurista, 
Os versos teus, que a minha dor despreza; 
Já tive a alma sem descrença presa 
Desse teu sonho, que perturba a vista. 
Da Perfeição segui em vã conquista, 
Mas vi depressa, já sem a alma acesa, 
Que a própria idéia em nós dessa beleza 
Um infinito de nós mesmos dista. 


Nem à nossa alma definir podemos 
A Perfeição em cuja estrada a vida, 
Achando-a intérmina, a chorar perdemos. 


O mar tem fim, o céu talvez o tenha, 
Mas não a ânsia da Coisa indefinida 
Que o ser indefinida faz tamanha. 



Fernando Pessoa

Fosse eu apenas


Fosse eu apenas, não sei onde ou como,
Uma coisa existente sem viver,
Noite de Vida sem amanhecer
Entre as sirtes do meu dourado assomo....
Fada maliciosa ou incerto gnomo
Fadado houvesse de não pertencer
Meu intuito gloríola com Ter
A árvore do meu uso o único pomo...
Fosse eu uma metáfora somente
Escrita nalgum livro insubsistente
Dum poeta antigo, de alma em outras gamas,
Mas doente, e , num crepúsculo de espadas,
Morrendo entre bandeiras desfraldadas
Na última tarde de um império em chamas...
 
Fernando Pessoa

Não Sei Quantas Almas Tenho

 Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa

Ser feliz


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas

não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo,

e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

Apesar de todos os desafios,

Incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas

E se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,

Mas ser capaz de encontrar um oásis

No recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica,

Mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou

Construir um castelo ...

Fernando Pessoa

Eu escrevi um poema triste





Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!


Mário Quintana

Ao início


Ao início... desejos, saudades... amar, viver, entender, 
sonhar, realizar, que não sejam somente palavras.
A esperança em um vaso, um amor solitário, pedaços guardados,
 a angustia do silêncio, a escuridão inconstante de palavras partidas, 
palavras incompletas e toscas. 
Encontrar um ponto de equilíbrio, eixos paralelos, que nunca se cruzam,
e que numa reta passam distantes.
Um sentido oposto, um sentido necessário, palavras em desencontros.
do encontro e desencontro, do desejo à saudade... 
Queila Tavares