terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tempo


Paredes amarelas, retratos em preto e branco.
Armários antigos guardando um amor encardido.
Flores murchando em uma mesa empoeirada. Janelas fechadas, sem raio de luz,
não há mais ninguém ai, porque insisti em ficar, em uma cadeira olhando o tempo passar.
Persisti em ficar aí, olhando pra parede o relógio parado, exatamente nas horas em que tudo terminou.
prefere ficar parado em um tempo remoto, olhando fixo o mesmo retrato. Quanto tempo já passou?
Ninguém esta mais aí, o tempo já passou, talvez nem se lembra do que aconteceu. Não permaneça escondido por um amor empobrecido.
Só digo vá, não tem porque permanecer aqui,
já não é mais seu mundo, já não é mais seu tempo,
já não precisa de mais sofrimento.
Paredes amarelas do tempo, cortinas rasgadas, quadros quebrados,
quarto vazio, não há mais ninguém aí, não precisa dizer nada... digo apenas vá.
Queila Tavares

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